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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

MUITAS PROMESSAS X POUCAS CONQUISTAS



          O nosso município completa, hoje, cento e vinte e três anos de emancipação política. Pelo Decreto de nº 237 de 09 de dezembro de 1890, ele ficou independente do município de Belém. O Governo do Estado do Pará nomeou com intendente municipal o Sr. Hilário A. Barros da Silva, mas o primeiro prefeito constitucional foi o Tenente João Evangelista de Carvalho, eleito em 30 de novembro de 1935 e empossado em 15 de fevereiro de 1936, na época do Presidente Getúlio Vargas.
        Nosso município tem história, participou de uma revolta muito importante que foi a Revolta da Cabanagem, ainda no período regencial, e quando ele era apenas uma freguesia. Eu fico pensando, como aqueles caboclos eram corajosos e entendiam que era preciso união e luta para se conquistar os objetivos. Todos já morreram, mas eles não viveram em vão, não foram covardes como muitos de nós somos. Eles fizeram história e deixaram seu nome na história, e ninguém pode apagar isso. E nós, o que estamos fazendo pra ter uma cidade melhor, para deixarmos um município melhor para nossos filhos e netos, eu estou falando de nós que nascemos, crescemos e que amamos esse lugar, o que estamos fazendo???
            É claro que conseguímos algumas poucas conquistas, e eu digo poucas porque nosso município tá bem velhinho em relação aos que se emanciparam praticamente, ontem, já conseguiram avançar bem mais que o nosso, e quem viaja e anda por aí, nos arredores, sabe do que eu estou falando. Só pra ilustrar o que estou dizendo, a nossa cidade ainda não conquistou, ou mereceu do Governo do Estado nem ao menos uma escola de Ensino Médio. Ficamos só acreditando nas promessa de época de campanha política, quando eles prometem tudo, mas depois que passa a eleição, eles ficam arranjando desculpas esfarrapadas de que não podem, porque a arrecadação do estado é baixa, porque o orçamento, porque isso, porque aquilo. Tudo conversa pra boi dormir, como dizia minha saudosa mãe.
          Se colocarmos numa balança, qual será o lado que vai pesar mais: o das conquistas, ou o das perdas?
Perdemos tanta coisa, que eu nem vou enumerá-las neste texto, mas vou citar apenas algumas: Perdemos a liberdade de andar despreocupados pelas ruas da nossa cidade, pois podemos ser assaltados a qualquer hora, e até mesmo dentro das nossas casas não estamos seguros, pois como se não bastasse os ladrões daqui, ainda tem os de fora que vem se esconder, exatamente por saberem que aqui eles podem estar a vontade. Perdemos, também o bom senso de nos unirmos, independente de partido político, para exigirmos o que é de direito e cobrarmos das nossas autoridades que eles desempenhem o seu papel; precisamos combater o que está errado. Nossa cidade só incha, não desenvolve, pois entendo que onde não há geração de emprego não há desenvolvimento. Enquanto não houver preocupação com uma educação que não aconteça apenas dentro das escolas, mas fora delas, ou seja, nas ruas, não haverá progresso. E por falar em educação, é preciso que as nossas autoridades se preocupem em desenvolver uma política de educação para o trânsito, pois, sinceramente, eu acho que em Bangladesh o trânsito é mais organizado do que em São Domingos. Aí, alguém pode ler esse texto e dizer: mas a responsabilidade de ensinar é das escolas. Claro que é ensinado alguma coisa sobre isso, mas é preciso que sejam criadas as leis municipais e que se garanta que elas sejam cumpridas, e eu pergunto de quem é essa responsabilidade?
          Em relação aos carros e bicicletas que fazem propaganda, é um absurdo. Eles colocam o som no último volume, e não hora pra  terminar, é comum ver alguns até tarde da noite anunciando festa. Outros param nas esquinas em horário inapropriado, perto de escolas e outros órgãos públicos, e lá ficam falando tudo que lhe vem a cabeça. Creio que eles deveriam passar por um treinamento, ter conhecimento da lei, para saberem que o direito deles termina onde começa o do outro. Eu fico pensando por que as nossas autoridades, que foram eleitas para nos representar não enxergam esses absurdos, ou vai ver que enxergam, mas, como diz o ditado, não querem se queimar. Ainda tem os proprietários de moto, que tiram o silenciador para, além de perturbar o sossego alheio, se fazerem notar quando passam pelas ruas. Será que a maioria das pessoas acham que isso se enquadra dentro da normalidade? Ou será que eu é que não sou "normal"? É de endoidecer! E o pior que não se ouve nem falar em PLANO DIRETOR da cidade, em CÓDIGO DE POSTURA da cidade, só se ouve falar de picuinhas. Eu tenho uma forte impressão de que se aparecer alguém e fazer um chiqueiro pra criar porcos no meio da praça, não vai aparecer ninguém pra dizer que está errado, talvez vá só um agente cobrar alguma taxa. Tem pessoas construindo no meio da rua, e nada acontece. Eu estou vendo ausência do poder público. Uma certa ocasião, eu me alegrei quando li no jornal sobre uma lei que determinava que Juízes, promotores e Delegados deveriam residir no município, acho que foi uma lei pra inglês ver. E eu pergunto: como é que pode se manter a ordem num município, se as principais autoridades não moram na cidade? Se não sabem da realidade dessa cidade, são os funcionários TQQ, só aparecem na terça, na quarta e na quinta.
          Eu sei que determinadas pessoas vão ler esse texto e vão ficar aborrecidas comigo, pois que fiquem, mas saibam que eu estou expondo a realidade, e estou usando do meu direito de livre expressão para, pelo menos, me desabafar. Quem sabe não vou receber uma intimação por desacato a autoridade? É bem capaz! Mas os bandidos e ladrões estão soltos arrombando casas e roubando o que podem e pintando o sete. Já entraram na minha casa duas vezes, entraram na casa do seu Pedro e em outras por aí. Quando se vai fazer ocorrência, a polícia se nega a fazer e quando as vítimas batem no DPM, muitas vezes não são atendidas, ou quando são, dizem que não podem fazer nada. Eu tenho testemunha para afirmar o que estou falando. Eu acredito que eles se negam a fazer ocorrência que é pra dizer que o índice de violência na cidade é baixo.
          Os bares da beira do rio foram tirados, mas os barulhentos do som não respeitam, colocam o som no último volume com as piores músicas, obrigando todo mundo a ouvir, pensam, esses ignorantes que todo mundo tem o péssimo gosto deles. Mas, pra não dizer que não falei de flores, não quero só criticar. Quero parabenizar os policiais militares que estão envolvidos no Projeto PROERD - Projeto Educacional de Resistência às Drogas, que no município, conta com o apoio da prefeitura municipal. Esse projeto é de grande importância pois evita que muitas crianças entrem no mundo das drogas. Por esse projeto e por outros que igualmente visem o real desenvolvimento do nosso município, a cidade está de parabéns. Mas torno afirmar muito ainda tem que ser feito, e com urgência, pois legislar é preciso, criar mecanismos para que essas leis sejam cumpridas, é mais necessário, ainda.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

No tempo do delegado Perico Luz




Essa era a casa onde funcionava a delegacia de polícia de nossa cidade - década de 60/70 - época dos governos de Júlio Araújo e Sátiro Lopes da Luz. O delegado era o pai da dona Nazaré Luz, mais conhecido como Perico Luz, era um homem alto, meio calvo, de aspecto sério, muito determinado em suas decisões. O seu escrivão era o Sr. Carlos Rosa.
Uma certa vez, prenderam o seu Rosemiro, lá das bandas de Perseverança, lugarzinho, que aliás, toda semana matavam um e deixavam dois amarrados pra matar no outro dia. Não lembro o que ele aprontou, mas o certo é que o delegado Perico Luz determinou que o dito cujo fosse preso. Quando o prefeito Sátiro Luz ficou sabendo, veio até a delegacia, interceder por ele, pedindo ao delegado que o soltasse, mas este, muito brabo, em frente a delegacia, disse: Não solto, não solto! Tá preso, tá preso!
Mal ele sabia que oprisioneiro já não estava preso, pois havia tirado duas tábuas podres da parede da cela, e enquanto o delegado repetia que não soltava o preso, ele corria na estrada, dando adeus para o povo que assistia.
A parte esquerda da casa, servia de abrigo para as vítimas de tiros e facadas, geralmente das festas no interior da cidade. Depois que construíram a nova delegacia, nessa mesma casa, funcionava o hotel da tia Maroca, onde ela e alguns amigos íntimos brincavam dominó. Os vizinhos podiam ouvir as batidas das pedras na mesa. Quando ela estava muito envolvida no jogo, ficava aborrecida quando algum freguês chegava e pedia que ela lhe servisse um PF, a mesma dizia: Tu não tem mulher na tua casa? Não tá vendo que eu tô ocupada, ainda vem pra cá com essa estória de prato fiado!   

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Chegada do Telefone


 Por Pedro Paulo - Id 79966609 - Foto do acervo digital do IBGE

Nos anos 80, finalmente foi inaugurado, onde era o antigo campo de futebol, um posto telefônico em nossa cidade. Todos conheciam como o posto da TELEPARÁ, como era denominada a empresa antes de ser privatizada. Hoje, funciona no local o escritório da CELPA
para muitos adolescentes e jovens que nasceram e cresceram  na era da informática, período em que as tecnologias de informação e comunicação se aperfeiçoaram num rítimo acelerado, nem imaginam como era  dramático dar ou receber um telefonema, principalmente se estivesse chovendo. Mas, em fim, já era um grande avanço, na época, ter um posto telefônico na cidade.
Os telefonistas eram: A dona Terezinha Amaral, conhecida como Teca, e o seu esposo, Sr. Alcemir Pontes Bastos, além de uns poucos emissários que levavam os recados. Funcionava mais ou menos assim:
A gente ia para o posto, onde já estava uma fila de pessoas aguardando. Aí, quando chegava a nossa vez, ainda caía a ligação, e novamente o telefonista tinha que fazer tudo de novo. Mas quando dava certo, agente falava e todo mundo ouvia e, lógico, ficavam sabendo de tudo. Não podíamos falar baixo porque, muitas vezes, a ligação era ruim.
Outras vezes vinham chamar a gente em casa, e se fosse o namorado, os pais já ficavam atentos.
Eu fico pensando: como é que essa garotada da era digital pode imaginar que antes, para falar com alguem, era preciso entrar num posto telefônico e pedir para a telefonista fazer uma ligação para alguem para depois então ouvir a seguinte frase: Pronto, pode entrar na cabine 3. Isso depois de ter esperado de 30 a 60
minutos.
Hoje, tá muito, muito avançada a tecnologia de informação e comunicação. Com o celular, uma pessoa não apenas se comunica com outra pessoa, mas pode fazer inúmeras coisas como: tirar fotos, passar para o computador, fazer vídeos, gravar uma entrevista, acessar internet, ouvir músicas, e sei lá mais o quê.
E eu penso: e as telefonistas? E os postos telefônicos? As telefonistas tiveram que ingressar numa nova profissão, os postos telefônicos foram reformados e adequados para uma novo empreendimento.
É assim, tudo está em constante transformação no mundo.