Este blog tem por objetivos principais obter depoimentos relacionados à cidade de São Domingos do Capim e integrar todas as pessoas interessadas em divulgar suas lembranças, para que assim possamos resgatar a história do município.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
No tempo do delegado Perico Luz
Essa era a casa onde funcionava a delegacia de polícia de nossa cidade - década de 60/70 - época dos governos de Júlio Araújo e Sátiro Lopes da Luz. O delegado era o pai da dona Nazaré Luz, mais conhecido como Perico Luz, era um homem alto, meio calvo, de aspecto sério, muito determinado em suas decisões. O seu escrivão era o Sr. Carlos Rosa.
Uma certa vez, prenderam o seu Rosemiro, lá das bandas de Perseverança, lugarzinho, que aliás, toda semana matavam um e deixavam dois amarrados pra matar no outro dia. Não lembro o que ele aprontou, mas o certo é que o delegado Perico Luz determinou que o dito cujo fosse preso. Quando o prefeito Sátiro Luz ficou sabendo, veio até a delegacia, interceder por ele, pedindo ao delegado que o soltasse, mas este, muito brabo, em frente a delegacia, disse: Não solto, não solto! Tá preso, tá preso!
Mal ele sabia que oprisioneiro já não estava preso, pois havia tirado duas tábuas podres da parede da cela, e enquanto o delegado repetia que não soltava o preso, ele corria na estrada, dando adeus para o povo que assistia.
A parte esquerda da casa, servia de abrigo para as vítimas de tiros e facadas, geralmente das festas no interior da cidade. Depois que construíram a nova delegacia, nessa mesma casa, funcionava o hotel da tia Maroca, onde ela e alguns amigos íntimos brincavam dominó. Os vizinhos podiam ouvir as batidas das pedras na mesa. Quando ela estava muito envolvida no jogo, ficava aborrecida quando algum freguês chegava e pedia que ela lhe servisse um PF, a mesma dizia: Tu não tem mulher na tua casa? Não tá vendo que eu tô ocupada, ainda vem pra cá com essa estória de prato fiado!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
É incrível como nomes e expressões contidas nessa história fazem parte das minhas memórias: ". . .dos governos de Júlio Araújo e Sátiro Lopes da Luz.. ."
ResponderExcluirO delegado era o pai da dona Nazaré Luz. . ." O seu escrivão era o Sr. Carlos Rosa. . ." lá das bandas de Perseverança. . ."o prefeito Sátiro Luz ficou sabendo. . ."funcionava o hotel da tia Maroca. . ."a mesma dizia: Tu não tem mulher na tua casa? Não tá vendo que eu tô ocupada, ainda vem pra cá com essa estória de prato fiado!" Essa história e seus personagens, enfim, fazem parte da mminha orgem. Parabéns pelo registro histórico professora Ester.
Obrigada! Eu preciso do incentivo dos leitores, pra escrever com mais frequência.
ResponderExcluirhahaha, ha! que legal..
ResponderExcluir