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domingo, 11 de setembro de 2011

Lenda da Pororoca do Capim


Há muitos e muitos anos, antes da colonização do Brasil, às margens do Rio Capim, havia uma tribo indígena, cujo cacique se chamava Pirajauara. Ele tinha uma filha muito bonita, e seu nome era Flor da Noite.
Em uma bela noite de lua cheia, daquelas em que a lua reflete na água, de tão grande, Flor da noite passeava as margens do rio, com seus lindos cabelos negros que ondulavam nas curvas de seu corpo nu. Quando passava calmamente roçando seus pés no barranco, viu um homem muito elegante sair das águas, ele veio em sua direção, fitou-a, aproximou-se mais ainda, acariciou seus cabelos e beijou-lhe a face. Flor da Noite ficou paralisada diante da beleza daquele estranho, já estava presa aos seus encantos. Era o boto. Ele se despediu prometendo voltar. Por várias noites eles se encontraram e namoraram, até que um dia ela apareceu grávida. Nove luas se passaram e seu amado não apareceu mais. Quando chegou o dia tão esperado, em vez de crianças, nasceram três botinhos. Sem condições de cria-los na terra, a jovem índia devolveu-os às águas do rio.
Depois de crescidos quiseram conhecer a mãe, e sempre que sentem saudades dela, tomam a forma de três pretinhos e vêm pelo rio fazendo travessura e causando o maior reboliço por onde passam, quebrando barrancos e fazendo alvoroço nas águas do rio.

(Contada por Pedro Sodré; recontada por Maria Ester Carmo Pantoja)