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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

TRANSFERÊNCIA DA SEDE DO MUNICÍPIO


Em 21 de agosto de 1976, o Prefeito Carlos Gomes de Araújo, juntamente com o governador do Estado, Dr. Aloysio da Costa Chaves fizeram o lançamento da Pedra fundamental da nova sede do município, no km 88 da Belém Brasília.

Segundo o Sr. Pedro Sodré, O projeto de transferência foi desenvolvido e apoiado pela SUDAM, Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, como uma estratégia política para não perder a Vila de Ipixuna e outros distritos. Ele afirma que, em função da transferência, ruas foram abertas de acordo com a planta arquitetônica da nova cidade, assim também, foi construída uma unidade de saúde toda equipada, que na verdade, era para ser feita na sede, mas que, em função do projeto de transferência, foi construída no novo local.

O Sr. Isaac José de Araújo Carmo, que na época era funcionário da Prefeitura, afirmou que houve duas grandes motivações para que o prefeito quisesse transferir a sede do município para o km 88. A primeira era a ameaça que a pororoca representava para a cidade, pois causava uma erosão muito grande, haja vista que a pororoca de 30, 40 anos atrás era muito forte. A segunda motivação era que a nova sede ficaria centralizada, o que facilitaria a comunicação entre sede e distritos, e o acesso dos munícipes para resolverem suas questões. No seu entendimento, o mérito do projeto era muito bom, mas não foi pra frente em virtude da população não entender, e por conseqüência não dar o devido apoio, por outro lado, o mandato do governante que tinha essa visão terminou, e o seu sucessor não deu continuidade ao projeto, sem contar que a maioria da população foi tomada por um sentimento de extremo apego e amor pela cidade, pelo rio, e não queria de jeito nenhum que a sede passasse pra outro local. . Hoje, só restam as ruínas do prédio, que não foi aproveitado para nada. O Sr. Ubaldo pontes de Almeida e a Professora Zilda Carmo são testemunhas, pois eram eles que guardavam o molho de chaves da unidade de saúde,
Entendo que, se o projeto de transferência tivesse sido concluído, não tenho dúvida de que o nosso município teria desenvolvido mais: não teríamos perdido Ipixuna, mas, e o nosso rio? Não poderíamos transportá-lo pra lá. As nossas tardes, com certeza, não seriam as mesmas, não para quem nasceu e se criou aqui, vendo os moleques tomando banho, andando de canoa; vendo o movimento dos barcos no trapiche municipal. Não, não seria a mesma coisa, e sabe o que mais? Como dizia minha saudosa mãe: “vão-se os anéis e fiquem os dedos".

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ABERTURA DA PA - 127 KM

       


        Em 1930, Getúlio Vargas deu um golpe político e tomou o poder do candidato eleito, Júlio Prestes, no episódio denominado de "Revolução"de 30. Logo que assumiu a presidência da República, uma de suas primeiras medidas foi depor do cargo todos os governadores dos estados, e nomear interventores de sua inteira confiança para substituí-los.
        No Pará, foi nomeado o Tenente Joaquim Manoel Barata, que por sua vez adotou medidas semelhantes com as de Vargas, tendo nomeado para interventor de São Domingos do Capim, o Sargento Maltês, que, segundo o Mestre Mundinho, mandou abrir as primeiras ruas da cidade. Já a PA -127 Km foi iniciada no governo do primeiro prefeito constitucional - o Tenente João Evangelista de Carvalho Camarão - eleito em 30 de novembro de 1935. Ele mandou abrir três picos: um para o Jabuti-cacá; outro, para Sant'Ana do Capim e outro para o Jacundaí, mas não deram certo, somente em 1940, na gestão de seu filho - Raimundo Magno Camarão - os trabalhos da estrada foram continuados. Toras de madeira foram colocadas nos picos abertos.
           Segundo informação do Sr. Pedro Marinho, no ano de 1945, no governo de Pascoal Bailão da Fonseca, foi dado prosseguimento na estrada até a Vila de Perseverança, que nessa época era conhecida como "Braço Grande".  O trabalho de conclusão da abertura da PA -127 se estendeu até a década de 60, quando foi continuado o pico de Perseverança até o km 21 da Rodovia Belém Brasília, que foi aberta nessa década, no governo de Juscelino Kubitschek, com a finalidade de integrar a região Norte às demais regiões do país.
            O Sr. Manoel Joaquim (74 anos), mais conhecido como Picoró, relatou que chegou na cidade em 1963, e ainda trabalhou na abertura da estrada e dos outros picos, juntamente com outros companheiros como: Vera-cruz, era o mecânico das máquinas;  Cícero, o motorista;  Álvaro, mais conhecido como Avico, motorista;  José Inocêncio, conhecido como Birico; . Pacheco, capataz; Faustino, Nagiba, e outros. Segundo ele, todos os trabalhos de abertura dos picos e da estrada, foram braçais.
             Hoje, quase ninguém mais se lembra desses homens, mas eles contribuíram com o nosso município, com sua força de trabalho, numa época em que era tudo difícil. Eles, também, fazem parte da história do nosso município.



quarta-feira, 30 de abril de 2014

ORIGEM DA ESCOLA DR. MAROJA NETO

                



                Segundo informações de algumas professoras da época em que a escola foi fundada em São Domingos do Capim, no início da década de 50 havia apenas uma sala de aula, ao lado da antiga prefeitura municipal, onde funcionava uma turma multiseriada, na responsabilidade da Professora Anita Sodré. No governo do Prefeito Cipriano Rodrigues das Chagas (1951-1955) foi construída uma escola (onde atualmente é o FORUM), a qual foi denominada Adélia de Carvalho Sodré, em homenagem a mãe da Professora Anita Sodré. No segundo mandato de Cipriano (1959 – 1962), pelo Decreto de nº 2.864, de 13 d3 abril de 1959, a referida escola passou a denominar-se de “Grupo escolar Dr. Maroja Neto, em homenagem a um magistrado e grande político que lutou para que São Domingos do Capim alcançasse um bom desenvolvimento.
No governo do Prefeito Julio Gomes de Araújo (1963 – 1966), foram construídas duas salas de aula, situadas na PA – 127, esquina com a Rua Magalhães Barata, anexas do Grupo escolar Dr. Maroja Neto.
Em 1972, no primeiro mandato do Prefeito Cândido Nascimento de Oliveira, foi construído um bloco com cinco salas de aula, uma diretoria, uma secretaria com banheiro para os funcionários, uma copa e quatro banheiros. No seu segundo mandato (1977 – 1982) foi construído e inaugurado o segundo bloco com mais cinco salas.
Na administração do Prefeito Manoel Urbano da Luz (1983-1989) foi construído um salão nobre, mas pelo aumento da demanda estudantil, houve a necessidade de dividi-lo ao meio para fazer duas salas de aula. Ainda na década de 80 foi construída a quadra de esportes.
Em 2001 foi construída a Biblioteca da escola, na gestão da Diretora Ana Lúcia Prestes Bastos. No ano de 2006 foi construída a sala de informática.
DIRETORES QUE ADMINISTRARAM A ESCOLA
Ø   MARIA LOURDES SODRÉ;
Ø  IRMÃ DERÁLIA FERREIRA ALVES;
Ø  IRMÃ MARIA DE JESUS SOARES PINHEIRO;
Ø  Dra. MARTA INÊS ANTUNES;
Ø  PROFESSORA FÁTIMA BLANCO MOTA;
Ø  PROFESSORA MARIA DA CONSOLAÇÃO GOMES DE CARVALHO;
Ø  PROFESSORA FRANCISCA DO Ó MARINHO CARVALHO;
Ø  PROFESSORA MARIA TEREZINHA DA LUZ FERREIRA;
Ø  PROFESSORA MARIA IRENE DE SOUZA REIS;
Ø  PROFESSORA ANA LÚCIA PRESTES BASTOS;
Ø  PROFESSORA DARCILENE TRINDADE CORREA;
Ø  PROFESSORA MARIA LÚCIA CARMO DO AMARAL;
Ø  PROFESSORA JOSIANY DE CÁSSIA NUNES SODRÉ.
Atualmente está na administração da escola a Professora IZABEL DOS SANTOS OLIVEIRA


SISTEMA DE ENSINO

·         DÉCADA DE 50 A 60 – ENSINO PRIMÁRIO: do 1º AO 5º ANO – regulamentado pela Lei orgânica do Ensino Primário N.8.529, de 02 de janeiro de 1946. Uma das finalidades do curso primário era proporcionar a iniciação cultural que a todos conduza ao conhecimento da vida nacional, e ao exercício de virtudes morais e cívicas.
·         DÉCADA DE 70 – IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DE 1º GRAU: 6ª A 8ª SÉRIES – Regulamentado pela LDB 5.692/71 de 11 de agosto, durante o Regime Militar, pelo Presidente Emílio Garrastazu Médice. O ensino era organizado em 1º e 2º Grau. Os método de ensino consistia em transmissão e recepção de informação.
·         DÉCADA DE 80 – IMPLANTAÇÃO DO SOME – SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO MODULAR DE ENSINO: CURSO DE MAGISTÉRIO.
·         1998 – IMPLANTAÇÃO DO ENSINO MÉDIO REGULAR.

No ano de 1988, já havia um número significativo de professores formados a nível superior, e outros estavam cursando, inclusive a diretora, na época, Professora Ana Lúcia Prestes Bastos cursava Sociologia no Campus da UFPA, em Castanhal, acreditou que já era possível implantar o Ensino Médio Regular, haja vista que o SOME só ficaria no município até que houvesse profissionais para assumir o Ensino Médio Regular. E assim foi feito, a SEDUC autorizou  a documentação dos professores que ainda estavam cursando, e então foi implantado o Ensino Médio Regular, na escola. Mas houve resistência por parte de um grupinho de pessoas que não acreditavam que os professores do lugar tinham capacidade para lecionar a nível médio, mas mesmo assim, encaramos o desafio, e ao final do terceiro ano, o resultado de aprovação no vestibular de 2000 provou o contrário do que nossos oposicionistas pensavam a nosso respeito, pois a maioria dos alunos que se inscreveu, foi aprovada, e hoje são nossas colegas de trabalho, concursadas, atuando em outros municípios.

EVENTOS REALIZADOS NA ESCOLA
ü  ENCONTRO FAMILIAR – mês de maio;
ü  SEMANA LITERÁRIA – mês de maio
ü  FESTA JUNINA;
ü  GINCANA FOLCLÓRICA – mês de agosto;
ü  JOGOS INTERNOS – Mês de setembro;
ü  FECIART – FEIRA DE CIÊNCIAS E ARTES – mês de novembro.


COMO ERA A ESCOLA?

A escola Dr. Maroja Neto não era diferente das outras  escolas dessa época, década de 50, 60, 70, pois seguam quase sempre as mesmas normas:
·         Formar fila no pátio da escola para rezar, e cantar o hino nacional. Cada dia era cantado um hino (Nacional, do Pará, da Bandeira, da independência, do Brasil)
·         Não era permitida a entrada de alunos sem o uniforme completo (calça comprida de tecido azul marinho, para os meninos, e saia pregueada  para as meninas,  blusa branca de tecido, com emblema do município no bolso, meias brancas e sapatos pretos.
Os professores eram vistos como segundos pais, e, portanto, tinham autoridade dentro e fora da escola, pois os pais passavam essa autoridade para os mesmos. Os alunos pediam bênção para os professores. Era a época dos castigos do tipo bolo na mão, se errasse o resultado da tabuada; ficar de braços abertos na parede; ajoelhado num canto da sala.
Na década de 70, as disciplinas ensinadas no 1º Grau eram: Português, matemática, Geografia, História, Francês, Técnicas comerciais, técnicas agrícolas, Educação para o lar, Ensino Religioso, Educação Física, Educação artística e Redação

Na década de 70, a escola já funcionava no novo endereço – Rua Magalhães Barata. Era coberta com telha brasilit. No pátio ficavam dois potes com água, para que os alunos matassem a sede. A merenda era feita à lenha, quase sempre mingau de fubá, quibe e leite da América ( o famoso leite peidão).
Lembramos que, as primeiras serventes tinham bastante trabalho, pois partiam lenha e carregavam água do rio, e aí lembramos de algumas dessas guerreiras, como a Saudosa dona Antonina; Senhora Maria Rosa; Senhora Raimunda Nascimento, conhecida como Diquinha.

PROBLEMAS
v  ALAGAMENTO

A Escola Dr. Maroja Neto, ao longo desses anos enfrenta várias dificuldades, principalmente no que se refere a sua construção, pois o nível do piso ficou abaixo do nível da rua, e durante o inverno, com as chuvas e as marés altas, toda a escola sofre, muitas vezes, é preciso dispensar as turmas, pois algumas salas ficam alagadas.
v  REFORMA NÃO CONCLUÍDA

Em novembro de 2010, foi iniciada mais uma reforma, que além de não solucionar o problema de alagamento, ainda teve o diferencial de não ter sido concluída, faltando o piso de algumas salas; a pracinha que estava no projeto e não foi concluída; o pátio, que foi todo furado para receber cerâmica, o que não foi feito. A atual já enviou vários ofícios solicitando a conclusão, e ate já esteve em audiência na SEDUC, e até agora, nada feito.
v  FALTA DE PESSOAL DE APOIO
Em decorrência da demanda de alunos que aumenta a cada ano, o número de funcionários do quadro de apoio não está sendo compatível com a carga de trabalho, o que faz com que escola e funcionários fiquem sacrificados. Faltam mais vigias, porteiros, merendeiras, serventes e auxiliares de secretaria.
v  FALTA DE CANTINA
O fato de não existir uma cantina, na escola faz com que muitos alunos que não gostam da merenda oferecida, saiam para comprar nas vendas que ficam fora, o que é extremamente perigoso para os mesmos, devido o constante trafego de motos e carros, sem falar de outros tipos de perigos.


MELHORIAS E CONQUISTAS

Ao longo desses anos, muita coisa mudou pra melhor. O telhado não é mais coberto com telhas brasilit; ao invés de potes com água, temos bebedouros com água gelada e filtrada; as salas são forradas; os pais não precisam mais comprar livros didáticos para os filhos, pois a escola dispõe de livros de todas as disciplinas, tanto para o Fundamental, como para o Médio. Houve um avanço tecnológico, pois a escola, agora dispõe de computadores, data show; caixa amplificada, quadros magnéticos, e outros.
A maioria dos professores que compõem o quadro é do município, isso foi uma das maiores conquistas.
A mais recente, foi a Rádio na escola, o que ira contribuir para melhorar a comunicação no ambiente escolar e incentivar os alunos a participarem mais das atividades escolares, assim como a melhorar a escrita e a leitura, e incentivar a pesquisa e a produção de texto.

Por essas e por outras conquistas, a Nossa querida Escola Dr. Maroja Neto está de parabéns pelos seus 55 anos de história na tarefa de Educar gerações.