Em 21 de
agosto de 1976, o Prefeito Carlos Gomes de Araújo, juntamente com o governador
do Estado, Dr. Aloysio da Costa Chaves fizeram o lançamento da Pedra
fundamental da nova sede do município, no km 88 da Belém Brasília.
Segundo o
Sr. Pedro Sodré, O projeto de transferência foi desenvolvido e apoiado pela
SUDAM, Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, como uma estratégia
política para não perder a Vila de Ipixuna e outros distritos. Ele afirma que,
em função da transferência, ruas foram abertas de acordo com a planta arquitetônica
da nova cidade, assim também, foi construída uma unidade de saúde toda equipada,
que na verdade, era para ser feita na sede, mas que, em função do projeto de
transferência, foi construída no novo local.
O Sr.
Isaac José de Araújo Carmo, que na época era funcionário da Prefeitura, afirmou
que houve duas grandes motivações para que o prefeito quisesse transferir a
sede do município para o km 88. A primeira era a ameaça que a pororoca representava
para a cidade, pois causava uma erosão muito grande, haja vista que a pororoca
de 30, 40 anos atrás era muito forte. A segunda motivação era que a nova sede
ficaria centralizada, o que facilitaria a comunicação entre sede e distritos, e
o acesso dos munícipes para resolverem suas questões. No seu entendimento, o
mérito do projeto era muito bom, mas não foi pra frente em virtude da população
não entender, e por conseqüência não dar o devido apoio, por outro lado, o
mandato do governante que tinha essa visão terminou, e o seu sucessor não deu
continuidade ao projeto, sem contar que a maioria da população foi tomada por
um sentimento de extremo apego e amor pela cidade, pelo rio, e não queria de
jeito nenhum que a sede passasse pra outro local. . Hoje, só
restam as ruínas do prédio, que não foi aproveitado para nada. O Sr. Ubaldo
pontes de Almeida e a Professora Zilda Carmo são testemunhas, pois eram eles
que guardavam o molho de chaves da unidade de saúde,
Entendo
que, se o projeto de transferência tivesse sido concluído, não tenho dúvida de
que o nosso município teria desenvolvido mais: não teríamos perdido Ipixuna,
mas, e o nosso rio? Não poderíamos transportá-lo pra lá. As nossas tardes, com
certeza, não seriam as mesmas, não para quem nasceu e se criou aqui, vendo os
moleques tomando banho, andando de canoa; vendo o movimento dos barcos no
trapiche municipal. Não, não seria a mesma coisa, e sabe o que mais? Como dizia
minha saudosa mãe: “vão-se os anéis e fiquem os dedos".