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sábado, 20 de junho de 2009

A Feira

Hoje, me deu uma vontade danada de dar uma volta na cidade, e ir na beira-do-rio, meu local preferido, parei bem em frente ao antigo mercado, onde, hoje é a Câmara Municipal. Me deu uma saudade... Eu lembrei de quando vinha comprar carne. Quando o meu pai saía muito cedo, minha mãe mandava eu ir ao mercado. Era um sacrifício, pois mal eu enxergava a cabeça do açogueiro, pois ficava um montão de gente na minha frente. E quando, finalmente, resolviam me atender, eu tinha que sair correndo, por causa dos muitos cachorros que queriam pegar a carne, porque naquela época, os vendedores furavam um buraco na carne e enfiavam uma folha de açaizeiro para agente pendurar no dedo.
Eu me lembro que a feira se dava aos domingos, mas depois mudou para o dia de quinta.Conversando com o seu Pedro Sodré, que já foi Vice-prefeito na década de 70, o mesmo informou-me que a feira mudou porque o padre da época entrou em acordo com o prefeito, o sr. Carlos Gomes de Araújo, para mudar para os sábados, pois era mais conveniente, já que não havia Banco na cidade, e os idosos vinham receber aos sábados, na própria agência do FUNRURAL, e também, para que as pessoas não deixassem de ir à missa por causa das compras, e assim foi feito. No ano de 1982, no governo de Cândido Nascimento de Oliveira foi iniciada a construção de um novo mercado municipal, o qual só foi terminado e inaugurado no governo de Urbano da Luz Ferreira. Esse mercado possuía vários pontos comerciais, então o antigo foi desativado e a venda de carne passou a ser efetuada no novo mercado e por decreto municipal a feira passou a funcionar nos arredores do mesmo. Com a chegada do Banco do Brasil em 1983 acharam melhor passar a feira para a quinta,ssim ficaria melhor, já que era o dia de linha dos barcos e as pessoas poderiam aproveitar , inclusive os aposentados que poderiam receber seu benefício e ao mesmo tempo fazer suas compras, fazer consulta médica, e as mães poderiam receber seus alimentos do INAN - Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição - distribuídos no hospital.
A feira, propriamente dita se resumia a venda de farinha de mandioca, banana e uma banca de legumes e verduras do sr. Darci, mais conhecido como "Tropa". No mercado municipal havia dois talhos de carne, que funcionavam apenas aos finais de semana: um do seu Manduca e outro do seu Beca. Segundo eles, não se chegava a vender um boi, por conta dos poucos habitantes, então eles compravam apenas uma banda, e o que sobrava tinha que ser salgado, já que não havia energia direta na cidade.
Com o passar do tempo, os açogueiros construiram seus próprios açougues em diversos pontos da cidade, abandonando, assim, o mercado novo, por alegarem que ele ficava em local impróprio, ou seja, longe da beira do rio, onde, segundo eles, o movimento de colonos é maior. Os feirantes e camelôs, também abandonaram o local e voltaram a armar suas barracas na beira-do-rio. O mercado novo foi demolido e no local foi construído o ginásio municipal "Anderson Luís."


Hoje, a feira é totalmente diferente, atrai vendedores de vários municípios vizinhos. A população urbana cresceu muito, refletindo no aumento do consumo de carne, o comércio desenvolveu e a 5ª feira é bastante movimentada, mesmo porque, as pessoas do interior vêm não apenas para fazer suas compras, mas também para bater papo com os amigos, beber uma cerveginha e ouvir música nos bares, próximos ao rio.

4 comentários:

  1. Ai, professora, só você mesmo para acender em nós a chama da nossa história minhas vezes já quase apagada em nossa memória. Este blog será eterna fonte de registro histórico.

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  2. adoreiiiiiii os textos, estao bem interessantes!

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  3. nossa adorei os textos
    muito bom meesmo.
    bem interessante saber como eera sao domingos do capim antes!
    parabéns pela linda historia!

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