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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

janela de saudade


Hoje, finalmente, parece que a cidade voltou ao normal, depois de uma semana de comemorações. Esses dias foram bastante agitados. Da janela da casa de minha mãe observei o movimento. Na Avenida Dr. Lauro Sodré e na PA 127 as pessoas disputavam espaço com carros, motos e bicicletas. Era uma desordem total.
Parece que as pessoas estavam elétricas. A cidade não dormiu. Aquele silêncio que trazia paz e um sono tranqüilo, simplesmente não existe mais, foi substituído pelo barulho de motos, alto volume de aparelhos sonoros dos carros de propaganda, que perturbam dia e noite. A cirene do carro da polícia é constante, ouvem-se tiros no meio da noite. Bêbados e prostitutas de plantão completam esse quadro deplorável gritando palavrões, no terminal, aqui ao lado, que mais parece um cabaré.
Mas, de repente me lembrei do jeito que era a minha cidade, então eu me vi passeando naquelas antigas ruas. Agora eu olho pela janela e não vejo mais agitação, vejo dois botecos: da dona Chiquinha e da dona Mariquinha. Elas vendiam comida e algumas coisinhas. Ah! Vejo também o antigo posto médico bem onde hoje, é o monumento. De um lado da rua ficava um casarão, onde funcionava a delegacia de polícia, do outro lado, outro casarão, onde funcionavam vários órgãos.
Eu, também me lembrei do comércio do seu Sátiro, construído em cima da água, um pouco antes do velho trapiche municipal. Esse comércio pegou fogo, e durante muito tempo a molecada da época ia procurar moeda na praia. Quando aparecia uma moeda preta nos comércios, já se sabia de onde vinha. Mas, no primeiro mandato do prefeito Marçal Palheta, foi construído um novo trapiche, e no lugar do antigo, foi construído o bar Beira-mar, do seu Nenê Teixeira. Acho que foi na década de 80 Era um lugar agradável. À noite, quando saíamos da escola, nos reuníamos lá. Eu, a Isabel, a Julieta, a Alice, a Do Ó, a Betânia e outros amigos. Dançávamos qualquer dia da semana, ou simplesmente sentávamos para ouvir uma boa música.
Era lá o nosso ponto de encontro. Que saudade daquele tempo, da minha vida sem tantos compromissos, dos romances, da rodinha de amigos, dos bate-papos. Que saudade! É por isso que eu preciso escrever, pra aliviar minha alma.

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